sexta-feira, 27 de junho de 2008

Diário do MINHo


Por aqui fica a critica literária de um dos livros da Lili, publicada em 18 de Janeiro de 2006, no jornal Diário do Minho.

Dois livros poéticos de Lili Laranjo
com cheiros a Infância e a Angola

A poetisa e pintora Lili Laranjo (Cidália M.F. Castro Laranjo) publicou recentemente, em bonitas e cuidadas edições de autor, duas obras poéticas de grande qualidade estética: A ti& Negage& meu amor e Palavras soltas.
Nascida em Vidago (Chaves), muito cedo abalou com os pais para Angola, ficando a residir em Negage, no Uíge, onde passou toda a sua infância e a primeira juventude. Regressada a Portugal em 1975, radicou-se em Aveiro, cidade donde partem os seus sonhos poéticos para as longínquas paragens da infância e para as exóticas belezas naturais de África.
Na obra "A ti... Negage... meu amor", Lili Laranjo extravasa na beleza da palavra poética toda a imensidão dos "cheiros" que encerrou no cofre da interioridade nos tempos de África. É por isso que este livro cheira a Uíge, cheira a safu, cheira mandioca, cheira goiaba, cheira a sape-sape, cheira a guinguenga, cheira a Piranga, cheira a Capôpa, cheira ao ar, cheira à saudade, cheira à vida, cheira ao Amor.

As memórias de Lili Laranjo transformam-se, por isso, em melodias de amor e de saudade por um tempo e por uma terra que já só existe nas profundezas do seu espirito poético. Até porque, descendo ao âmago nesta obra, metafórica, deslizam belas e sonoras palavras que maravilhosamente conjuga em cada verso: há ali também, permanentemente, a suave presença da metáfora do "paraíso perdido", onde cada um de nós se revê à medida que se deixa encantar por esta poesia eivada de odor africano na sua temática e no seu "ambiente" "mas absolutamente lusa na forma, e de maneira muito especial no ritmo que a corporiza.

É um belo livro, este, não só por aqueles que passaram a sua infância em terras africanas e hoje associam ao "mito" do eterno retorno existencial, mas também para todos aqueles que, não tendo essa experiência de vida, se deixam seduzir pela sonoridade dos versos de Lili Laranjo "uma sonoridade carregada de emoção (o uso e "abuso" das reticências é um dos registos mais marcantes da poética da autora) " e se entregam nas mãos dessa beleza poética para transpor os muros do tempo e dos sonhos.


Ass. Abílio Peixoto ( in Diário do Minho-18/01/2006)
Tomo um café na vossa companhia.
Amanhã há mais.

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Lima Duarte


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